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sábado, 23 de fevereiro de 2008

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Deus só existe na sua cabeça.

A música saia das caixas de som do melhor bar de Salvador, enquanto eu me mantinha bebendo doses de conhaque acompanhado de um copo de cerveja e discutindo com o Alex como a vida seria uma merda se Deus não inventasse a cerveja.

-Tudo se resume a merda de qualquer jeito, com cerveja ou não. – disse eu.
-Sim, mas e se não existisse cerveja?
-Beberíamos outra coisa.
-Não tem outra coisa pra beber.
-Seria mesmo uma merda se não existisse sol.
-Não, seria uma maravilha, a cerveja nunca ia esquentar.
-Acho que não é o sol que esquenta a cerveja.
-E é o que esquenta a cerveja então?
-É o núcleo da terra.
-E o sol serve pra que?
-Serve pras plantas fazerem fotossíntese e pra nos fazer comprar óculos escuros.
-Deus é mesmo um sacana, cria o sol só pra nos dar problema.
-Deus nem existe.
-E quem criou o sol, então? Claro que deus existe. Tem que existir.
-O sol já existia antes mesmo de alguém criar um Deus que criou o sol.
-Rios, você é o cara mais gênio que eu conheço.
-Sim, mas eu prefiro ser uma tartaruga.

Dei um gole no conhaque e acendi um cigarro. Senti meu coração palpitar e vi uma luz branca descendo do céu, pensei que fosse um ufo, mas estava enganado, era a luz divina. O tempo parou, todas as pessoas dentro do bar ficaram imóveis. Um homem vestido de branco e cabelos compridos tocou meu ombro.

-Quem é você? – perguntei.
-Eu? Eu sou Jesús.
-HÁ! Sempre soube que você não era negro.
-Na verdade eu sou o que eu quiser.
-Então, o que te traz aqui?
-O chefe quer conversar com você.
-Seu pai?
-Não, ele não é meu pai.
-Claro que é, ele é pai de todos.
-Meu pai se chama José.
-Ah, me responde só mais uma dúvida.
-Diga.
-É sobre a Maria.
-Minha mãe?
-Não, a Madalena.
-O que tem ela?
-Ela era mesmo uma prostituta? Você não casou com ela? Nem namorou ou sei la?
-Ela era uma das minhas seguidoras, e era feia demais pra algum homem querer namorar.
-E porque dizem que ela era uma prostituta?
-Dizem isso?
-Você não sabia?
-Não, faz dois mil anos que não venho a terra.
-Ah, acho que não aconteceu nada de bom durante esse tempo.
-É porque não quis vim pra cá de novo.
-Porque não, cara?
-De tanto eu pregar, acabei sendo pregado. Não quero que isso se repita.
-Ah, é verdade, eu também não volto pra um lugar que não sou bem vindo. O que o chefe quer conversar comigo?
-Não sei, ele mandou só eu te chamar.
-E como faz pra falar com ele?
-É só segurar minha mão.

Segurei na mão de Jesús e quando pisquei o olho, já estava no paraíso, um velho barbudo me olhava.

-Zeus? – Perguntei.
-Não, Jeová.
-Me desculpe, mas sou ateu.
-Está perdoado.
-Não, você não pode me perdoar, você não é Deus. Eu sou ateu.
-Mas não acredita no que ver?
-Acredito que estou vendo um velho.
-Você consegue ser pior que o Tomé.
-Sim, mas não bebo como ele.
-Você bebe muito mais que ele e é muito mais ateu que ele.
-Então você me chamou aqui pra ser um santo? Tipo São Rios?
-Não existe santo.
-Acredito que no paraíso não tem cigarro, cerveja e nem ruivas né?
-Temos ruivas, mas quando estiver aqui, não vai sentir esse tipo de necessidade.
-Eu nem acredito que estou aqui e acredito que se existir um lugar como esse, as necessidades não serão esquecidas.
-Eu te chamei aqui pra você ser o novo Messias.
-Não, obrigado.
-Porque não quer?
-O ultimo acabou pregado, mas eu aceito ser São Rios.
-Já disse que não existe santo, eu sou o único que tem que ser adorado. – Falou em um tom agressivo.
-Você devia era se preocupar com outras coisas.
-Eu me preocupo com tudo.
-Então porque não resolve os problemas da humanidade? Porque deixa toda merda acontecer?
-Se chama livre arbítrio, a humanidade faz o que quer, e eles criaram todos os problemas.
-Livre arbítrio? Chama de livre arbítrio ter que te adorar pra poder vim pra o paraíso?
-Na verdade, pra vir pro céu, tem que ser mórmon.
-Pra ir pro céu, precisa ser piloto de avião. E eu vou processar o dono do bar que colocou drogas na minha cerveja.
-Tem certeza que não quer ser o Messias? Vai pro inferno se não aceitar.
-Vou pro inferno nada, eu viro Mórmon.
-Vai pro inferno do mesmo jeito.
-Lá tem cerveja, ruivas e cigarros?
-Não sei, nunca fui lá.
-Tá. Me leva de volta.

Pisquei e estava ainda no bar, conversando com o Alex. Uma ruiva sentou ao meu lado.

-Você é o Rios?
-Sim.
-Me da um autografo? Adoro seus contos.
-E eu adoro esses seus seios, principalmente o esquerdo.
-Porque o esquerdo?
-Porque é o mais redondo.

Apalpou o seio esquerdo e o direito.

-Não, eles me parecem iguais.
-Vem aqui no banheiro comigo que vou te mostrar que não são.
-Porque no banheiro?
-Porque tem espelho. Como é seu nome?
-Madalena.

Entrei no banheiro e tranquei a porta. Tirei a blusa da garota e mostrei a ela que o esquerdo era mais redondo que o direito.

-Nossa, é verdade, são diferente. Nunca reparei isso.
-Sim, vou te mostrar uma coisa também que ninguém repara.
-O que?
-O meu ovo esquerdo é maior que o direito.

Abaixei as calcas e mostrei o meu gigantesco, avantajado, grotesco e palpitante órgão sexual.

-Nossa, o esquerdo é maior mesmo.
-Sim.
-E esse seu pau ai é o maior que eu já vi.
-Sim, e tem gente que chupa.

Ajoelhou-se e começou a chupar. Depois despi por completo a minha cópula e meti. Foi a melhor foda da minha vida.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Pinturas de um decadente por uma artista em decadencia

São quatro e meia da manhã, como sempre, os gatos, lixeiros e ladrões não me deixam dormir. Pego uma garrafa de wisky e engulo três doses, talvez cinco, mas mesmo assim não durmo. Malditos sejam esses gatos que não param de gritar por uma copulada, ladrões que sonham com galinhas e lixeiros que não acham comida. Ás cinco horas é a vez dos passarinhos me torrarem o saco,mas com algumas doses e duas músicas de Tchaikovsky e seus cisnes irei dormir, ao mesmo tempo que os trabalhadores acordam, sentem inveja e resmungam “ele está bêbado novamente”, eles não querem acordar na segunda enquanto eu tento dormir.

-Tem gente ganhando dinheiro lá fora. – falo pro meu travesseiro. -Advogados, juizes, carpinteiros e até mesmo professores.

Ferro no sono ou pelo menos penso: “como é bom dormir”, as dez o telefone toca e me assusta, não um susto que provêm da mudança do silêncio pra uma barulheira imprevisível, era o susto de saber que existe gente idiota que liga pra mim as dez no meio do término da minha insônia.

-Alô?
-Rios? É o Maurício.
-Não perguntei seu nome. Foda-se e tome no cu, estou dormindo.
-Não está dormindo não.
-Estou sim, tchau. – desliguei.

Depois de duas horas, acordo com alguém batendo em minha porta da rua.

-Vá-se embora – disse eu
-É a Renata.
-Está bem. Espera um minuto.

Vesti uma blusa e uma calça antes de abrir a porta depois fui correndo ao banheiro e vomitei.

-Está doente? Se quiser vou embora.
-Não, está tudo bem, eu sempre acordo neste estado.
-Eu não posso ficar, mas queria te pedir uma coisa.
-Diga.
-Sou pintora, quero pintar seu retrato.
-Tá certo.
-Mas tem que ser na minha casa, não tenho stúdio. Você se importa?
-Não.

Anotei o endereço de sua residência e as instruções de como chegar.

-Mas tente estar lá ás duas da tarte.
-Estarei lá.

Voltei a dormir e às duas da tarde eu já estava sentado de frente pra Renata, entre nós havia uma enorme tela. Se pôs a trabalhar com o auxilio de inúmeros pinceis e tintas, eu a observei e ela também me observou com seus olhos grandes e castanhos, o olho esquerdo era deficiente, do tipo que se desacerta com o outro, mas me agradava. O tempo passou devagar e eu acabei entrando em transe.

-Melhor darmos uma pausa, quer uma cerveja? – perguntou Renata.
-Ótimo.

Quando se levantou pra ir à geladeira, eu a segui. Abriu a porta e tirou uma lata, virou-se pra mim, eu a agarrei pela cintura e dei um beijo. Me empurrou.

-Melhor voltarmos ao trabalho. – disse ela.

Voltamos a sentar, bebi minha cerveja enquanto Renata saboreava um cigarro barato. A tela ainda estava entre nós.
A campainha soou. Renata levantou-se e abriu a porta. Uma gorda entrou e sentou-se.

-Essa é a Camila, minha irmã. – disse Renata.
-Olá. – cumprimentei.

A camila é o tipo de pessoa que não tem noção de tempo nem de nada, começou a falar sem parar, mesmo depois de eu ter renunciado a ouvi-la, ela continuou a falar por horas.

-Ei, quando é que você vai embora? – perguntei.

Depois teve inicio a uma briga entre as irmãs, estavam ambas de pé e começaram a se comunicar em um tom agressivo, se ameaçavam usando as mãos, sinalizando uma possível agressão física. Pra minha alegria, Camila virou-se, atravessou a porta e desapareceu. Voltamos ao trabalho, sentei-me e permaneci parado. No outro intervalo levantei-me e fui até a geladeira pegar uma cerveja, Renata me acompanhou. Peguei a cerveja, virei-me e a beijei. Foi um beijo demorado, o mais demorado que eu consegui com ela. Comecei a roçar meu pau em sua buceta, ela me empurrou, mas eu continuei roçando até ela pegar minha mão e levar pra dentro de sua calcinha, passei os dedos em sua buceta, era uma buceta enorme.

-Escuta, eu sei qual é o seu problema. – disse eu.
-Qual é?
-Esquece, não quero te magoar.
-Não, agora eu quero saber.
-Você tem uma buceta grande demais.

Renata se sentou em silencio e voltou a pintar. Depois levantou-se, abaixou a calça, abaixou a calcinha e pôs a buceta pra olhar pra mim.

-Ok seu sacana, vou te mostrar que está enganado.

Tirei as calças e comecei a meter, em pé, perto da janela, depois deitei-a no sofá e meti sem parar. Gozou.

-Viu? – perguntou Renata.
-Sim, muito grande.
-Seu filho da puta.
-Mas eu gosto de grande.
-E porque falou que era um problema?
-Falei que era o seu problema.
-Haha! Você é mesmo um filho da puta. Vamos voltar ao trabalho.
-Não, cansei, talvez amanhã.
-Tá, mas antes de ir embora, veja como está a pintura.
-Não disse que ia embora, só disse pra continuarmos amanhã.
-Melhor ir embora, meu marido pode chegar.
-Ok.
-Olha a pintura, porra.
-Tá certo.

Olhei a pintura, estava boa, parecia mesmo comigo.

-Está muito bom. – Falei.
-Amanhã já da pra terminar.
-Então passarei aqui amanhã, às duas da tarde.
-Estarei esperando.

Sai e fui pra casa. O marido da Renata chega a sua moradia, cansado do trabalho e doido pra pular nos braços da esposa ou entre suas pernas, mas se depara com o quadro no meio da sala.

-Ei, mulher, porque você ta pintando o Rios? – pergunta o marido
-Você conhece o Rios?
-Sim, ele é famoso.
-É. Me pagou pra fazer um retrato dele.
-Ah é?
-É.
-E que cheiro de pica é esse?
-Deve estar vindo de você, é o único de nós dois que tem uma.
-O Rios está te dando umas pinceladas como pagamento?
-Ah, você está pensando que eu e o Rios estamos transando é? Ele é feio pra cacete, não daria uma com ele nem se fosse o ultimo na face da terra.
-Na verdade eu estava pensando em quem fica por cima.
-Seu filho da puta! a minha bucetinha é só sua.
-Bucetona, você quer dizer.
-Bucetona nada!
-Bucetona sim! É a maior que eu já vi na vida.
-Não acho que você tenha visto muitas bucetas na vida.
-Já vi muitas sim, mas duvido que tenhas visto uma pica maior que a minha.

Tirou o pau pra fora, balançou e rodou como se fosse um ventilador.

-Isso eu tenho que admitir, nunca vi uma maior. Consegue manter ela dura durante três horas pra eu pinta-la?
-Claro que não! Nenhum homem consegue, nem o mais tarado de todos.
-Ah, você é um fodido.
-Fodido é o caralho, venha cá preu te mostrar o fodido.
-Não quero ver seu cu.
-Sua puta, vou te lascar no meio.

Abaixou sua calcinha e começou a meter.
Acordei às duas e meia, já estava atrasado, consegui me apressar e cheguei na casa da Renata às três e quinze.

-O capitalismo roubou minha virgindade. – comentou Renata.
-Como assim? Não vou pagar nada não! E você era virgem? Uma virgem com uma buceta desse tamanho?
-Claro que não, só estou falando uma frase que li ontem.
-Ah.

Terminamos a pintura, demos uma foda e voltei pra casa com o quadro na mão. Pendurei a obra de arte na parede do meu quarto e tentei dormir, agora está dando pra dar uma boa dormida. Dormi.

sábado, 2 de fevereiro de 2008

Ascensão de um macho alfa

Maurício, um cara meio alto e meio magro, talvez meio loiro depois de ter ficado meio careca devido aos quarenta anos que carrega nas costas. Quando completava vinte pensava de uma maneira totalmente diferente, mas quem não muda depois dos 30? Apenas uma coisa não se difere de antigamente, ainda acha que filhos são a desgraça da vida, para alguém que vivia repetindo que tinha medo de ter filhos e algum dia morrer pelas mãos de um deles, ter logo uma filha é realmente foda. Uma filha traumatiza qualquer louco que tenha medo de ser morto por filhos, ruim mesmo é quando completam 16 e começam a namorar os vagabundos, mas pode piorar quando não só namoram como também querem trazê-los para casa. Você pode pensar que uma visitinha de um namoradinho vagabundo da filha não faz mal nenhum, mas até começarem a morar em sua residência, mandar sua esposa lavar as cuecas e te chamar de alguma gíria adolescente, você vai mudar de idéia. Esses fatos fariam qualquer pessoa normal enlouquecer e dar uma marretada na cabeça do filho da puta, mas não Maurício, ele já havia perdido os culhões há muito tempo ou talvez nunca tenha possuído um.
Segunda feira é o dia do capeta e como prova disso foi numa segunda que Rita, aos 16, trouxe pra casa seu novo namorado e foi também numa segunda, na verdade a mesma segunda que Maurício foi despedido do emprego, fazia hora extra, se matava dia e noite e até nos fins de semana só pra dar dinheiro a um filho da puta que nunca viu na vida e como recompensa é despedido por uma justa causa que nem foi tão justa assim. Chegar em casa com uma notícia dessa era demais, se quando tinha um bom emprego como arquiteto de uma empresa respeitável a filha e a esposa já o achavam um fodido, o que iriam pensar agora?
Abriu a porta e se depara com um elemento peculiar, usava boné pra trás e tinha cabelo grande, maior do que o que ele possuía quando ainda era moço.

-Iaê maluco.- Fala o estranho.
-Quem é você?
-Namorado da Rita.
-Namorado? E porque não fiquei sabendo que você existia antes?
-Sei lá.

Maria, sua esposa estava no quarto assistindo novela, a porta abre dando espaço pra seu marido que destinou a família à uma vida de merda.

-Ei, tem um cara lá na sala dizendo que é namorado da Rita.
-É, eu sei.
-Você sabe? E porque eu nunca soube?
-Porque você nunca perguntou.
-E precisa?
-Qual foi a ultima vez que você se preocupou com a vida de sua filha?
-Eu me preocupo sempre.
-Não, você passa o dia todo trabalhando.
-Ah é? Então agora acho que não vamos ter mais esses problemas clichês. Me botaram pra fora.
-Quê?
-Fui despedido, vou ficar o dia todo em casa.
-E vai viver de que? Luz?
-Não, depois arrumo outro emprego.
-Vai se foder.
-Fale direito comigo, ainda sou o homem dessa casa.
-Ah, não me enche o saco, a novela começou.
-Cadê Rita?
-Tá tomando banho, não viu o banheiro fechado e o barulho do chuveiro que você ainda não consertou?
-Depois eu dou um jeito.
-Depois? Porque ainda ta ai parado com essa cara de viado? Porque não vai achar um jeito de ganhar dinheiro?
-Ei amor, depois eu dou um jeito em tudo.
-“Ei amor” o caralho, você é um filho da puta. Me diz, qual foi a ultima vez que você me deu um orgasmo?
-Ontem.
-Não, não foi ontem. Ontem foi o dia que você conseguiu o recorde mundial.
-Como assim?
-Puta merda, você meteu por menos de 1 minuto.
-Ah. Vou tomar um banho.

Saiu do quarto ao mesmo tempo que sua filha estava saindo do banheiro, com um vestido de vadia, maquiagem de vadia e cara de vadia.

-Ei, pra onde está indo?
-Não é da sua conta, pai.

Beijou o namorado e ambos foram embora. Maurício entra no quarto novamente.

-Ainda não arrumou um emprego? – fala a mulher.
-Não.
-Olha, não estou agüentando mais você. Quero divorcio.
-Eu acabei de perder o emprego, minha filha acabou de sair pra algum lugar que não faço a mínima idéia de que lugar seja com um cara que também não faço a mínima idéia de quem é, e você agora quer divorcio?
-Sim, arrume suas coisas e dê o fora daqui.
-E vou pra onde?
-Pra onde quiser.
-Mas essa casa aqui é minha.
-Não é mais.
-Ok.

Foi na sala, pegou o telefone e ligou para o Rios, ou seja, eu.

-Alô? Rios?
-Sim.
-Quer tomar uma cerveja?
-Já estou tomando.
-Aonde?
-Você ligou pra minha casa, devo estar em casa, né?
-É verdade.
-Mas, quem é que ta falando?
-Maurício, porra.
-Ah, é você, cara? Faz tempo que não te vejo.
-Sim.
-E porque ta ligando agora?
-Porque estou na merda e quero beber com alguém que sempre viveu na merda.
-Ah é? Então tome no cu e se foda. – desliguei.

O telefone toca novamente

-Maurício, você não pode sair ofendendo os outros assim.
-Tá, desculpe.
-Me traga um cigarro, duas ruivas e umas cervejas que eu te desculpo.
-Ok.
-Ei, porquê você está na merda? sempre foi o cara mais estudioso da turma, casou-se cedo e tem uma filha linda.
-Vou te dizer porque estou na merda.. Perdi meu emprego, minha mulher reclama da vida sexual, diz que eu sou um fudido e quer divorcio, minha filha acabou de sair com roupa de vadia e com o namorado vagabundo que tem cara de rock star.
-Como era a roupa dela?
-Era um vestido preto com um tecido que parece com couro todo grudado no corpo e um decote maior do que a sua bunda.
-Maurício, acho que tive uma ereção.
-Vai se foder, Rios.
-Seguinte cara, isso é fácil de resolver.
-Ah é?
-Sim, dê um tabefe bem no meio da cara da sua mulher e emprego você arruma outro.
-Faltou um problema.
-Ah, você me da o numero do celular da Rita que eu resolvo.
-Rios, ela só tem 15 anos, da pra parar de ser depravado um pouco?
-Não Maurício, ela tem 16.
-16? Como sabe?
-Eu estava lá contigo quando ela nasceu há 16 anos atrás. Estou pedindo o celular dela pra RESOLVER o problema e não criar outro, seu retardado.
-Você vai conversar com minha filha?
-Vou.
-Não, não vai. Se eu te der o numero do celular, no outro dia, ela aparece grávida.
-Estou te esperando em minha casa, não esqueça de dar um tapa na mulher.
-Não posso bater na minha mulher.
-Porque não?
-Porque ela é minha mulher!
-Eu acho que você que é mulher dela.
-Pare de falar besteira, eu ainda sou o macho alfa, e a minha casa é meu território. O problema é que eles ainda não descobriram isso ou se esqueceram.
-Você pode ser um macho alfa, alfabetizado, mas não um alfa do tipo que a gente ver nos documentários sobre a vida selvagem do discovery channel ou de qualquer outro canal parecido.
-Não, eu sou um macho alfa.
-Não, não é, eu tenho um computador agora, sabia? Tem até internet nele, estou, nesse momento pesquisando no google sobre machos alfas, vou ler pra você: “O macho alfa tem força, habilidade para caça, facilidade para tomar decisões, personalidade marcante e bravura.”, Você tem alguma dessas qualidades?
-Claro, sou um macho alfa de primeira.
-Não, não é, vou ler o resto: “É o primeiro a se alimentar e possui primazia na cópula e escolha das fêmeas. O macho alfa frequentemente demonstra seu domínio rosnando, mordendo, perseguindo, dilacerando, ou descansando sobre outros animais, até que sua superioridade seja posta a prova por algum outro integrante do grupo que, se vencê-lo no embate, passa a assumir sua posição.”, você rosna pro namoradinho da Rita? morde sua mulher? não! você é um fodido.
-Obrigado, Rios, não vou ser nenhum otário, terei que tomar uma atitude.
-Espera, não vá fazer nenhuma besteira.
-Que tipo de besteira?
-Do tipo Shakespeariana, que todos morrem no final.
-Para de falar besteira, Rios, eu decidi que não serei mais nenhum otário de agora em diante.
-Boa sorte, então. Tchau. – desliguei.

Maurício entra no quarto e sua mulher o olha com um olhar sombrio e penetrante que outrora o fazia murchar os testículos.

-Porque você simplesmente não morre? – fala a mulher.
-E porque você não cala essa boca e chupa minha pica?
-Faz tempo que não fala assim comigo, o que houve? Andou conversando novamente com aquele Rios?
-Não.
-Você é ridículo, some da minha frente.
-Vou te dar um tapa se não começar a me respeitar.
-Você não tem culhões pra isso.

Deu-lhe um soco bem no meio do nariz e a coitada cai no chão ensangüentada, levanta-se vagarosamente, faz uma cara de puta e solta um gemido de prazer.

-Que porra é essa?! – Pergunta Maurício.
-Aiii – Outro gemido de prazer.
-Você gostou de apanhar? sua depravada.
-Não, te imploro, não volte a me bater, aiiaiaiaiai.

Agora a esposa tomou um tapa que a faz cair na cama de pernas abertas, a vadia ainda se pôs a fingir um desmaio.

-Você não estava reclamando que não te fodo direito? agora vai implorar pra não ser fodida nunca mais.

Rasgou a blusa, rasgou a calcinha e começou a meter igual a um animal, tapas e murros não foram poupados, o segredo para chegar ao orgasmo estava nos mamilos da mulher, era apenas apertar e pronto. Depois de uma foda bem dada com direito a 4 ou 5 gozadas, Maria cai no sono sabendo que não iria poder sair na rua por pelo menos 2 meses porém estava satisfeita com o desempenho sexual do marido. Maurício, que também já havia ferrado no sono, acorda ao som de pancadas que pareciam ser de socos no crânio.

-De onde vem essa zoada?

A esposa permanece quieta, Maurício se levanta, vai até a sala e se depara com a filha cavalgando no pau de um vagabundo enquanto lhe enchia a cara de murros. Sem perder tempo, ele arrasta a filha de cima do pau e a joga no chão.

-Te criei pra ser uma mulher e não uma vadia igual sua mãe.
-Problema seu.

A pequena puta cai no chão pelada ao receber um tapa no meio da cara que fica destacada em vermelho pelos cinco e grossos dedos do pai.

-Pai, você nunca me bateu. Vou ficar deformada.
-Problema seu.

O vagabundo ainda estava deitado no sofá de pau duro porém aparentava ter perdido a consciência por drogas ou talvez pelos socos que ganhara da Rita. Maurício o arrasta pelos cabelos e o joga na rua, pelado e de pau duro.

-Ele é muito melhor que você. – diz a filha.
-Pelo menos meu pau é maior.
-Você me da nojo.
-Se não calar a boca eu te deixo tetraplégica.

Entrou no quarto e voltou a dormir. Depois de um tempo pondo em pratica meus conselhos, Maurício tornou-se um macho alfa de primeira, passava o dia todo dormindo, bebendo cerveja e vendo televisão enquanto a esposa trabalhava pra por comida na mesa da família e a filha estudava em um colégio de freira, suas notas tinham que ser boas, afinal, algum dia iria precisar de dinheiro pra sustentar um marido.